O Festival Periferias atribui o Prémio Tajo/Tejo Internacional ao filme Pisar Suavemente na Terra

  • publicado a 22.08.2023

A gala de encerramento do festival realizou-se no Museu Vostell, de Malpartida de Cáceres, com uma homenagem ao cineasta espanhol Carlos Saura

O Periferias - Festival Internacional de Cinema de Marvão e Valencia de Alcántara, teve o seu encerramento na noite de 19 de Agosto com a atribuição do Prémio Tejo/Tajo Internacional, desenhado pela escultora Maria Leal da Costa, ao filme Pisar Suavemente na Terra, do realizador brasileiro Marcos Colón. Um filme em que se mostra a vida
e o trabalho de três lideranças indígenas da Amazónia que procuram manter vivas as suas formas de estar no mundo.

O Periferias reconhece nesta obra a sua beleza e o seu compromisso com os direitos humanos, a luta contra a mudança climática e o poder de resistência dos seus protagonistas. Um filme empenhado e em consonância com os valores defendidos por este festival.

O seu realizador, Marcos Colón, agradeceu o reconhecimento deste certame através de um vídeo, destacando a alegria dos protagonistas como forma de resistência e luta.
Pisar Suavemente na Terra colige as histórias de Kátia, cacique do povo Akrãtikatêjê, Manoel, cacique do povo Munduruku, e José Manuyama, professor do ensino básico de origem Kokama.

Os três narram as ameaças aos seus territórios exercidas pela mineração de grande escala, as monoculturas, a prospecção, a exploração petrolífera, a desflorestação e a construção de centrais hidroeléctricas. Os seus relatos entrelaçam-se com a voz e o pensamento do filósofo indígena Ailton Krenak, que nos convida a reflectir sobre os nossos modos de habitar o planeta e a aprender a pisar suavemente a terra.

A gala de encerramento deste festival de cinema itinerante, que se organiza há onze anos na Raia entre Marvão e Valência de Alcântara, teve lugar no Museu Vostell de Malpartida de Cáceres com uma homenagem ao cineasta Carlos Saura, que incluiu a projecção do seu último filme, Las paredes hablan, documentário que retrata a evolutiva relação da arte com as paredes como tela de criação desde as primeiras revoluções gráficas nas grutas pré-históricas até às expressões mais vanguardistas da arte urbana.
Entre 11 e 19 de Agosto, o Periferias levou o melhor do cinema a cenários e sítios da Raia onde não há salas de projecção, lugares como o castelo medieval de Marvão, a estação ferroviária de Beirã, a vila de Valência de Alcântara, a aldeia raiana de La Fontañera, a cidade romana de Ammaia, Castelo de Vide, Salorino, São Vicente de Alcântara, Santo António das Areias ou o lagar de azeite de Galegos.